No Brasil, a tradição de passar a administração de empresas familiares para os filhos é uma prática comum e muitas vezes vista como um legado. No entanto, esse processo de sucessão não é tão simples quanto parece. Enquanto algumas empresas familiares conseguem prosperar e transcender gerações, um número significativo delas enfrenta desafios severos, chegando até mesmo à falência após a transição de liderança.
Um dado revelador, publicado pelo portal Terra em março de 2019, indica que cerca de 75% das empresas familiares no Brasil vão à falência após os herdeiros assumirem a administração. Este número alarmante levanta uma questão crucial: será que a sucessão empresarial familiar é sempre a melhor opção? E mais importante, quais são os fatores que determinam o sucesso ou o fracasso dessa transição?
Este artigo visa explorar as complexidades envolvidas na sucessão de empresas familiares, destacando os desafios e as estratégias necessárias para uma transição bem-sucedida. Vamos entender como a legislação brasileira trata a questão da sucessão e quais são as melhores práticas para garantir que a empresa familiar não apenas sobreviva, mas prospere nas mãos da próxima geração.
Entendendo a Sucessão em Empresas Familiares:
Na eventualidade do falecimento do fundador, a legislação brasileira prevê que as quotas da empresa sejam liquidadas, com os valores devidos sendo repassados aos herdeiros. No entanto, isso não significa automaticamente que os herdeiros se tornarão sócios ou administradores da empresa.
A decisão sobre quem assumirá a administração da empresa é complexa e varia de caso para caso. Em muitas situações, os herdeiros podem ser incluídos no quadro societário por meio de negociações com os sócios existentes ou conforme estipulado no contrato social da empresa.
Planejamento e Estratégias para Sucessão Eficaz:
Para evitar disputas e confusões durante a sucessão, é essencial que as empresas familiares tenham um planejamento claro e detalhado. Isso inclui definir no contrato social como será a administração no caso de falecimento do fundador.
Em famílias com mais de um filho, as quotas devem ser distribuídas igualmente entre os herdeiros, dando a eles o direito a voto na empresa. A decisão final sobre o novo administrador recai sobre os sócios que representam mais da metade do capital social.
A sucessão em empresas familiares é um processo que requer cuidado, planejamento e consideração das leis e dinâmicas familiares. Embora a ideia de manter a empresa na família seja atraente, é crucial avaliar se os herdeiros têm o interesse e a capacidade de assumir tal responsabilidade. Um planejamento bem estruturado é a chave para uma transição suave e para a continuidade do sucesso empresarial.
Se você é proprietário de uma empresa familiar, é fundamental começar a planejar a sucessão o quanto antes. Considere todas as variáveis e busque aconselhamento profissional para garantir que a transição seja benéfica para todos os envolvidos e para a saúde da empresa. Lembre-se, um bom planejamento hoje pode garantir o sucesso da sua empresa amanhã.